"Não sinto nada. Coração gelado"
maldito homem do gelo.
O vazio nunca foi tão silencioso
O silêncio passou a imperar
A vida nunca foi tão calma
Conseguia tocar no abismo
Não se encontrava hora nenhuma e em coisa alguma
encontros vazios
conversas vazias
apertou o coração e não conseguiu chorar
então
"i hurt myself today"
Depois de um período de doces poesias, o silêncio se instalou. Jogou-se ao mar e esperava tudo: emoções, amores, menos isso ... o nada. A possibilidade doía em sua pele. Engrossava, sentia as camadas se formando. Estava se escondendo. E com isso adoeceu. Vômito. Dor.
A possibilidade... de que?
"Não quero mais brincar disso
Me devolve pra terra, por favor."
Sentia o nariz arder. O novo ar a sufocava. O novo toque, lhe dava ojeriza. Quis tanto chorar, mas os olhos estavam estagnados, os músculos fadigados, o coração ... cadê? Sentou e disse: "você tem que me dizer algo, não suporto esse silêncio"
E não ouviu coisa alguma.
Resolveu se machucar
Coisa alguma
A dor que tinha sido sua amiga por tanto tempo, lhe abandonara.
Agora era ela e a possibilidade.
"mesmo que nada"
Não, é o nada mesmo.
Construa algo!
Faça as pontes!
Cresça.
E sim, sempre vai doer.
mesmo que não doa.
O sábio uma vez disse:
"Angústia é a possibilidade de toda impossibilidade"
"para aprender a criar são necessárias várias mortes"
E eu te digo pequena,
angustie-se
viva
deixe sair
deixe entrar
morra
mas não esqueça que a possibilidade é você.
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