de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

(im)possibilidade

"Não sinto nada. Coração gelado"
maldito homem do gelo.

O vazio nunca foi tão silencioso
O silêncio passou a imperar
A vida nunca foi tão calma
Conseguia tocar no abismo
Não se encontrava hora nenhuma e em coisa alguma

encontros vazios
conversas vazias

apertou o coração e não conseguiu chorar
então

"i hurt myself today"

Depois de um período de doces poesias, o silêncio se instalou. Jogou-se ao mar e esperava tudo: emoções, amores, menos isso ... o nada. A possibilidade doía em sua pele. Engrossava, sentia as camadas se formando. Estava se escondendo. E com isso adoeceu. Vômito. Dor. 
A possibilidade... de que?
"Não quero mais brincar disso
Me devolve pra terra, por favor."
Sentia o nariz arder. O novo ar a sufocava. O novo toque, lhe dava ojeriza. Quis tanto chorar, mas os olhos estavam estagnados, os músculos fadigados, o coração ... cadê? Sentou e disse: "você tem que me dizer algo, não suporto esse silêncio"
E não ouviu coisa alguma.
Resolveu se machucar
Coisa alguma

A dor que tinha sido sua amiga por tanto tempo, lhe abandonara.
Agora era ela e a possibilidade.
"mesmo que nada"
Não, é o nada mesmo.
Construa algo!
Faça as pontes!
Cresça.
E sim, sempre vai doer.
mesmo que não doa.

O sábio uma vez disse:
"Angústia é a possibilidade de toda impossibilidade"

"para aprender a criar são necessárias várias mortes"

E eu te digo pequena,

angustie-se
viva
deixe sair
deixe entrar
morra
mas não esqueça que a possibilidade é você.

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