de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

quinta-feira, 31 de julho de 2014

não morreu

Caminhou.
Sorriu
ainda é cedo.
é não, menino.
passou.

o nada
rien
sozinha
sem choro
sem febre
em paz

com o mundo desabando

sábado, 12 de julho de 2014

fim da personagem

Levantou-se. Viu espelho e chorou. Sentiu vergonha. Estava morta. Sim, morta. Desejou a morte tantas vezes que finalmente morreu. Não chorou, não tinha lágrimas ... não tinha esperança. Ele morreu, foi sufocado. Apertado de cuidado. Largado de amor. Exausto de solidão. 
Tirou a roupa, preferiu ficar nua. Uma lágrima para cada peça. Mas não chorava. Febre, a alma sinalizando o inferno do fim. Ao ficar nua olhou o espelho, se sentiu bonita. Agora sim chorava. Desprotegida, sozinha.
Abriu a porta e foi ao mundo. Sozinha e nua. Quis tanto voltar, quis ouvir. O morto ainda gemia. Lamentou tanto. Mas ao se ver no espelho, nua e sozinha se viu feliz. 
Corajosa. Que piada! 
Tremia de medo, de frio. Sem uma roupa que a protegesse. Exposta. 
Viu tantos olhos mordazes. Tentaram se aproveitar. Correu.
Um desconhecido na esquina diz: deixe entrar, deixe sair ... viva, menina! Corra.
Correu.
Respirou.
Mas quis tanto voltar, olhar para trás.
Andou.
Parou.
Deixou sair.
Gritou.
Deixou entrar.
amou.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

ao fim.

Coisas muito grandes pra esquecer.
escrever.
esclarecer.
entender.

aos detalhes que somem nessa estrada.