de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

quarta-feira, 20 de maio de 2015

complet(ação)

E foi atrás de mais um encontro com o nada.

Sexo, sexo, sexo.
Um noite preenchida de coisa alguma, cheia de esbarrões com ninguém, repleta da delicadeza do vazio.
Recebendo tudo que podiam dar, bebendo de todos os líquidos, engolindo o mundo da melhor forma que podia.

- O que você quer?
- Eu quero que você mande em mim. Eu quero ... que você finja que se importa e me inunde de qualquer coisa que possa dar.
- Eu só tenho coisas sujas, menina.

E foram.
Não transaram, não foderam, nem muito menos fizeram amor ...
Completaram-se.
E foram
Um do outro
E foram
Embora

para o vazio, para a memória.
onde as coisas são sempre mais bonitas



solitude

A dor do que acabou antes de começar.

Saiu e chorou. Sim, ela sempre sai. Precisa.
Escrever é só mais uma forma de ir embora, de se vestir de outra. Vestir-se de um mundo aonde vocês não possam atingi-la. Um lugar onde o outro seja ... o outro.

Ontem eu gozei pensando em vocês. Vocês são vários ... que insistem nessa vontade de me comer, morrer, me matar, mas me deixando viver para sentir a dor de sempre perder.
E eu fico nessa busca pelo nada, por qualquer coisa que me faça sentir qualquer porcaria que me dê um minimo motivo de vida.
- Porque porra é o outro que tem que te dar alguma coisa?
"Somos os outros disfarçados de nós."
E eu só tenho o que me deram, não o que eu dei. O que eu dei foi embora, foi soprado na velocidade de uma pena que insiste em ir devagar,para que eu a veja partindo ...
devagar ...
devagar ...
foi.

Mas ainda bem que a gente cresce e aprende a perder. Aprende a ser alguém diante dos vazios deixados por ninguém.
E buraco? Esse continua.
pulsante.
desejante
ardente

morrendo
por vida