de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

domingo, 25 de maio de 2014

silêncio.

Quando. Tudo faz sentido. Uma lágrima. Sorriso. Um instante. Uma lágrima com sorriso. Um amor que invade. O fim. O deixar viver. Sabendo que vai morrer. O instante. Apenas o silêncio.


fez sentido.

ao amor.


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Tango

Ela sentou e chorou. Que sentimento de alivio, uma dor. Saudades de sentir algo. De tantos sentimentos, pensava que deveria ter qualquer coisa que servisse. Encontrou. A dor, a morte. Pena que as pessoas a julgavam tanto. De seu rosto sofrido, do seu rosto pálido, da vida que passou ... conseguiu até sorrir. Finalmente, conseguiu chorar. Olhou suas mãos e sentiu força, olhou pro espelho e viu uma pessoa. GENTE! Puta merda, eu sou gente. Tinha me esquecido. Esqueci da minha humanidade, porra de humanidade. Esqueceu que era gente. E lembrou quando sentiu dor, quando viu a morte. A morte lhe sorriu e lhe despertou vontade de ser gente. Estava cansada de gritar socorro, de se machucar, de se cortar ... pedindo socorro! Socorro! Pediu pra que lhe desse um coração, tinha esquecido que tinha um. Lembrou ao ver a morte, ao ver a dor, que ainda conseguia chorar e sentir. Ao lembrar disso se levantou, chorava e ria. E gritava no meio da rua: SOU GENTE, SOU GENTE. Olhavam-na , a puta enlouqueceu, riam, zombavam. Isso lá é gente, isso é puta. E ao dizer isso calavam-se perguntando-se afinal que porra é ser gente. Ela dançava, cantava e gritava. Histérica, louca,chorando, rindo ... gente.

" tem tanto sentimento, deve ter algum que sirva."
sempre tem.
arnaldo antunes