de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

estrada morta

Sonhou que era crucificada, mas quem pregava os pregos era ela.
Sempre usou a dor como espetáculo
A vida como palco
A morte como público
Dançava

Vidros
Espelhos que teimavam em mostrar
Solidão
Cansou de buscar em outros corações o que só o seu poderia dar
Em outros sexos ...
é só sexo
é só amor
são só os olhos.

Viu-se
palavras repetidas que não diziam nada.
Amores inventados que só mostravam a solidão.

Cansou de se despedaçar esperando alguém juntar
o coração cansa.
E os pedaços nunca se colam do mesmo jeito
que bom.

Viu uma montanha. Sentiu medo, sozinha. Sozinha? Porque isso assusta? Sempre esteve.
Emponderou-se disso. Gostou. Olhou os pés descalços e viu. Parecia menor.
Teve coragem. Vontade. Adeus medo! Adeus? Não.
Subiu.
Que estrada torta. Que espinhos de merda! Deixa um pedaço em uma árvore, um pouco em outra ... sobe.
Se perdeu no caminho. Percebeu umas folhas agarradas no cabelo, no corpo ... e quando anoiteceu, viu que as folhas a protegiam do frio.
Sorriu.
Ainda com frio, ainda com medo.
Mas não sozinha.

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