de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

segunda-feira, 24 de março de 2014

joguem flores.

Quando acordou, perguntou que horas eram, não costumava dormir em serviço, mas, dessa vez, havia sido diferente, ele parecia olhá-la com carinho. Olhou ao lado, ele não estava mais ali. Foi embora, presumiu. Eles sempre vão, deixam-na só, largada.
Sempre lhe perguntavam porque escolhera viver assim, ela respondia que a vida lhe fez assim. Sabia que não era verdade. Não lutou. Não teve força. Era mais fácil. Nunca entendeu porque as pessoas condenavam o mais fácil, era tão palpável. Como se fosse a única  a viver assim. Mas tinha diferença. O julgamento. O lado do palco. A vida lhe colocou no lado que leva a pedrada.
Vestiu-se calmamente, como se estivesse sendo observada. Esperava que ele, ao menos, tivesse pago a conta. Patife. Ela não queria fazer isso. Por menos de cem, não.  Tinha dito. Mas ele usou suas palavras. Sim, palavras. Maldita força que nunca seca. Disse que gostava dela, que estava com saudade. Acreditou. Não deveria ter ido. Sou uma vadia, fraca, que não sabe sequer ludibriar um homem. As amigas tinham lhe ensinado a roubar. Não conseguia, ainda. Precisa esmagar o amor. Um dia conseguiria.

Um comentário:

  1. Que confuso, doído e forte!

    O amor talvez seja apenas um espinho, não precisamos julgar o espinho que acompanha a rosa, precisamos? Será pura maldade do espinho? Ou será que ele nasceu assim? Ou será que o espinho seja a grande poesia da flor? Você suporta o espinho e ganha a beleza e o perfume!

    Sim, julgamos o fácil, o palpável... Racionalmente falando é bem louco olhar pra alguém que se fere no espinho e permanece ali, mas tem uma coisa bonita acontecendo, beleza e perfume que só enxerga e sente quem está com o todo na mão!

    Lindo lugar Flor, vou acampar aqui! :)

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