de natal

"Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte "

poetinha

domingo, 25 de janeiro de 2015

lixão


Com os olhos semicerrados, lágrimas que insistem em cair nas horas menos propicias.
Tudo dói. O coração pula em brasas. Ferve! Explode! Cresce. Evapora. E insiste na divisão.

- Porque você é puta?
- Eu só queria fazer os outros felizes.
- Que boba. Feliz só se faz sozinho.
- Por favor, diz que é mentira.
- Feliz só se faz só.
- Eu vi! Você chorou! Enquanto gozava! Você chorou! E ali eu vi você, vi alguém. Não o monstro que você insiste em ser. Eu vi uma pessoa! Que sofre, que chora, que é vulnerável, que pode ser feliz.
- Sim, fui feliz.
- Você estava comigo.
- Eu sempre estou só.
- Vou embora.
- Por favor.


E de tudo, nada ficou.
A angústia. Que é o nada e o coração que insiste em se rasgar.
- Nunca mais me entrego.
Ela só queria fazer alguém feliz.
.
O quintal repleto de plantas, suas melhores amigas, únicas amigas. Uma religiosa que insiste em cravar o amor. Um amor doído, que entra através de feridas, de beliscões, tapas e palavras. Aprendeu cedo a dor do amor.
- Estou fazendo isso porque te amo muito, vai doer e nunca diga a ninguém.

Sua idiota, porque deixou?
- MAS EU SÓ QUERIA FAZER ALGUÉM FELIZ.

´É a felicidade que insiste em se fazer por pedradas, por feridas, por punhos cortados, por comprimidos tomados ao acaso. Tentativas ... sim, de ser feliz. De fim.

Meu bem, o seu amor é só o amontoado de pedras, comprimidos e cortes que te fizeram crescer. Te fizeram subir nesse monte.
Agora ela, sentada no seu próprio monte.
 Montanha de mortes.
 Montanha de acasos.

E nisso, se joga.
Da morte, ela se joga.
E percebe que cresceu.
Da morte, se joga.
Pela vida é recebida.





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