Concordemos, você poucas vezes é capaz de entender qualquer coisa sobre o que penso e sinto. E essa vai ser só mais uma delas. Você não vai entender nada disso.
A memória humana é repleta de supressões autopreservatórias.
O abuso vem por caminhos multilaterais, assim como a dor, a morte e as pequenas coisas que podem suscitar a memória.
No meu caso, nem tão pequenas assim.
Duas mulheres.
Grandes.
Eu diria fortes e quem sabe admiráveis.
Duas pedras que destamparam a lembrança.
Da pior coisa da minha vida. Saibam, vocês me conhecem, eu perscruto e rodopio com o drama como bons velhos amigos, que somos. Mas as vezes os melhores amigos nos traem, não diriam nos traem, mas não fazem jus às palavras que querem ser ditas. E, meus amigos, essas palavras querem e precisam ser ditas há um bom tempo. Então pedirei licença ao drama e direi com palavras claras:
B. A. de S. quase me matou.
Vocês percebam, eu ainda sim devo parecer dramática.
Como eu disse, o abuso vem por caminhos diversos. Como diria você, o abuso psicológico é subjetivo e tudo isso parece recalque. Honestamente? Como você adora falar, fodam-se, seus merdinhas.
Nenhuma dor diminui isso. Olhe eu tentei. Eu magoei pessoas, fui escrota com algumas.
L./S me desculpem.
Talvez a culpa diminuísse algo.
Nada
Com outras deveria ter sido,
M.você foi um idiota.
Talvez a redenção me fornecesse algo.
Rien
Mas o maior machucado veio de mim, por mim.
Sabe a minha memória? Apareceu.
Logo agora, a filha da puta da memória apareceu.
E eu lembrei de você, B.
Me machucando, você me comeu, se lambuzou, me fez sofrer e me viu chorando. Por favor, não finja que não. Você me viu chorar. No seu gozo disse "bem, acabei aqui", se levantou. Foi embora. Eu fiquei só, tal qual um depósito de qualquer coisa. Irrespondivelmente, só.
Eu tinha esquecido disso.
Eu daria a minha vida por continuar a ter esquecido disso.
Eu sei, muito drama.
Acredite, estou cansada. Você deve se arrepender bastante daquele match. Daquele encontro apressado. Logo você, que odeia drama. Nem de filmes você gosta. E de repente, erika rocha. O drama. A vítima. Pobre coitada.
Eu entendo se você quiser pular disso. Talvez qualquer um pulasse fora.
Mas, por favor, não me veja como coitada. Eu sou bem forte. E sei muito bem o meu lugar aqui. Como lutadora. E não pense que eu não lutaria contra você, por você e sob você. Eu cortaria você pra sobreviver. E veja bem, olhe o que eu já passei, eu não morreria por isso. Convenhamos, se eu não morri até agora, né?
Mas, na real? Estou cansada. Viver tem sido um exercício exaustivo e nesses últimos dois anos a morte me foi bem vinda muitas vezes. Mas fugi dela com eficácia em todas elas. A loucura me abraçou como nunca. E até que gostei dela.
Há aproximadamente quatro anos ouvi um "eu te amo" romântico de alguém.
Será que mereço ser amada? O amor deve escolher pessoas com histórias mais bonitas. Então eu não te julgo por não me amar, acho compreensível.
Olhem, eu não sei qual o propósito do universo ao me colocar nessa terra.
mas isso parece uma brincadeira malvada
malvada demais
Nenhum comentário:
Postar um comentário