I don't wanna hear a thing from you"
ele nunca ousou.
Do poder abusava.
O abusivo.
Jogava com a culpa dela, com o prazer de ver o escorpião arrancar sua própria vida despejando seu veneno ao nada.
"Você nunca será nada melhor, do que ter o prazer de ser minha."
"A sua vida foi dada por mim."
Ela não via sentido. Obedecia. Acreditava. Enganada pela culpa do abuso.
Um a roubou a coragem, o outro a alma.
Pulava conforme a vida a exigia, corria conforme a existência a obrigava. Respirava nos tons que ele mandava. Comia no formato que ele a coagia. Uma vida que tinha como base a coerção. O medo.
"Eu já morri, eu já sofri, eu apanhei, abusaram de mim. Tanto. Mais do que um corpo de um metro e sessenta e três poderia permitir, mais do que um coração fraco, um estômago gasto e um sistema respiratório defeituoso poderia suportar. Os cortes eu levarei sempre comigo. Metafóricos. Físicos. Escondidos. Você nunca me viu. Você enxergou o que queria. Você nunca viu os cortes que a ansiedade da culpa me fizeram causar em mim mesma. Na minha pele. Na minha nojenta pele. Que suportou aqueles toques horríveis, que suportou a culpa, o suor, o medo ... que suportou você. Vocês. Os abusadores."
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